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3 de agosto de 2006

 

Tio, quando eu crescer quero ser como você.

Carlos Castilho

A primeira vez que vi algo sobre Castilho foi quando era criança lendo uma matéria no caderno de esportes de um jornal carioca. Era um especial sobre goleiros, e tinha uma foto de meia página de um goleiro estirado no chão defendendo uma bola. A legendo dizia "Castilho (sem luvas), em uma de suas atuações pelo Fluminense". Aqueles parêntesis resultaram interessante pra mim. Imaginar um goleiro profissional sem luvas era intrigante. Depois descobri que era normal naquela época.
Descobri mais coisas também, como, por exemplo, que Castilho foi para muitos o maior goleiro do Brasil, e entre esses "muitos", inclua-se o mestre Telê Santana.
Descobri que Castilho era daltônico e achava que isso lhe favorecia, pois, enxergava as bolas amarelas como vermelhas, muito mais chamativas, porém, se sentia prejudicado quando jogava à noite com bolas brancas.
Descobri que Castilho foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Fluminense (702 jogos, sendo que em 255 partidas, ele não sofreu nenhum gol) e que disputou quatro copas do mundo (de 50 até 62).
Descobri que Castilho, contrariando a tradição dos goleiros da época de jogarem vestidos de negro, optou por uma camisa azul justamente para ser confundido com as cadeiras do maracanã (também azuis) e deixasse assim de ser um ponto de referência para os centro-avantes. A medida funcionou, certo jogador rival comentou que "Se já era difícil fazer gol no Castilho, agora que ele está invsível, é quase impossível."
Descobri que Castilho tinha o apelido de "leiteria", que era a gíria da época pra designar alguém de muita sorte. O apelido se referia ao fato de que além da dificuldade de fazer com que as bolas passassem por suas mãos, não era raro que tais bolas explodissem na trave, inclusive, mais de uma vez no mesmo lance.
Descobri que Castilho, quando lesionou pela quinta vez o dedo mindinho e descobriu que teria que ficar meses em recuperação, perdendo assim a oportunidade de jogar as partidas finais do campeonato carioca, contariando sua esposa e os próprios médicos, autorizou que lhe amputassem a metade lesionada do dedo, voltando aos gramados assim em duas semanas.
Descobri que Castilho infelizmente se suicidou aos 60 anos de idade em 1987 jogando-se de seu apartamento em Bonsucesso em meio a uma crise de depressão.
Descobri que irão inaugurar um busto em sua homenagem nas Laranjeiras, e que para custear o projeto estão vendendo réplicas em número limitado de sua camisa nas três cores que ele costumava usar: cinza, negro e azul. EU QUERO!

"Suar a camisa, derramar lágrimas e dar o sangue pelo Fluminense, muitos deram. Sacrificar um pedaço do próprio corpo por amor ao tricolor, somente um: Castilho"

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